quinta-feira, 19 de maio de 2011

Os ricos roubam aos pobres


Diz-se que na reunião das Nações Unidas em Monterrey (México) sobre o financiamento ao desenvolvimento a pergunta mais pertinente foi: "o que devem os países ricos fazer pelos países pobres?"
Jeffrey Sachs, professor na Universidade de Harvard e conselheiro especial do Secretário-Geral da ONU, Kofi Annan, criticou violentamente o Japão por este se mostrar relutante em aumentar a sua "ajuda" ao desenvolvimento.

O Japão destina actualmente 0,28% do seu PIB à ajuda pública ao desenvolvimento, enquanto os EUA ocupam o último lugar da lista com uns modestos 0,10% do PIB.
Apesar destas insignificâncias - mais insignificantes quando comparadas com as contrapartidas exigidas a quem recebe a ajuda - a verdade é que a reunião deu para justificar muita discussão e tempo de trabalho, e salário, a centenas de políticos e especialistas em ajuda aos pobres.
Como se sabe as "ajudas" dos países ricos aos países pobres são acompanhadas de fortes condicionalismos.
O Banco Mundial (BM) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) ditam as políticas que os países pobres devem pôr em prática.
As "ajudas" são acompanhadas de condições várias desde a obrigatoriedade de o pobre comprar e vender ao rico que ajuda, passando pela cedência de recursos naturais, ou bases militares, até ao tipo de política e de investimento interno que o país pobre deve praticar.
Os países doadores são os principais vendedores de armamento e as suas ajudas determinam preferências de compra dos produtos desta indústria.
São também os países ricos quem controla, a nível mundial, os preços dos produtos vendidos pelos países pobres e deste modo fazem a drenagem desses produtos para os seus países.
Os países devedores pagam seis dólares por cada dólar que recebem de empréstimo...
Os especialistas perguntam: "O que devem os países ricos fazer pelos países pobres?"

A mim, a resposta parece-me simples: deixem de roubá-los.

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