quinta-feira, 14 de junho de 2012

Será que chegou a hora de pararmos de chamar as pessoas de 'gordas'?




Vanessa Barford
BBC News Magazine
Para alguns, termos como 'obesidade' ou 'sobrepeso' estão carregados de preconceito
Um relatório sobre obesidade e corpo publicado recentemente por um membro do Parlamento britânico recomendou a adoção, na Grã-Bretanha, de uma linguagem neutra em relação a peso. Ou seja: palavras como "gordo" e até "obeso" deveriam ser eliminadas do vocabulário de profissionais de saúde, professores e a sociedade em geral, propõe o parlamentar.
Poucos discordariam de que chamar alguém de gordo é desagradável e ofensivo. Há quem diga também que o termo talvez não ajude se o objetivo é motivar o indivíduo a perder peso.
Mas será que abolir também termos como "obeso" e "acima do peso" não seria um pouco extremo?, rebatem alguns.
Os parlamentares envolvidos dizem que os termos têm impacto negativo sobre a imagem coletiva do corpo e a autoestima das pessoas. Eles sugerem que médicos substituam esse tipo de linguagem por discursos promovendo estilos de vida saudáveis e a saúde de maneira mais ampla.
A ideia é parte de um movimento mais amplo, que vem ganhando força há algum tempo em vários países.
Na sua raiz está uma noção de que a sociedade contemporânea teria adotado um conceito rígido e homogêneo de beleza baseado na magreza. E que haveria hoje um preconceito contra indivíduos que não se encaixam nesse padrão. Alguns usam até o termo fattism originado na palavra inglesa fat (gordo). Em tradução livre, "gordismo".
Ditadura da magreza
A ideia vem sendo debatida há algum tempo. Um estudo de janeiro da Universidade da Pensilvânia (EUA) considerou a palavra "obesidade" ofensiva, enquanto o Conselho da Cidade de Liverpool (Grã-Bretanha) debateu, em 2010, banir o termo em sua literatura destinada a crianças.
Mas nem todos concordam. Também em 2010, o Ministério inglês de Saúde Pública disse que os clínicos gerais deveriam deixar sua condição clara às pessoas obesas, na tentativa de motivá-las a perder peso.
Afinal, então, será que a terminologia ligada ao peso precisa ser repensada?
A médica Sarah Jarvis, apresentadora do programa de TV One Show, da BBC, diz que, em um contexto médico, as palavras "sobrepeso" e "obeso" são necessárias, principalmente porque elas simbolizam parâmetros do Índice de Massa Corporal (IMC).
"Não quero fazer com que as pessoas se sintam mal, e entendo que algumas possam ter problemas de autoestima, mas, no final das contas, como médico, se você é cauteloso demais, corre o risco de as pessoas não entenderem as implicações (de seu peso) à saúde", opina.
"O fato é que o IMC é o melhor indicador (da relação altura-peso) e, se você entra na categoria de obesidade, tem mais chances de morrer de uma condição relacionada a essa obesidade, como um mal cardíaco. E mesmo que seja acima do peso, tem mais chances de morrer cedo ou de desenvolver problemas de saúde."
Jarvis diz que, em algumas ocasiões, escolhe com cuidado o termo que vai usar. Por exemplo, ela nunca estimula as pessoas a fazer dieta - "já que 90% das pessoas que perdem peso em dietas tendem a recuperá-lo em um ano" -, mas sim a adotar um novo estilo de vida.
'Politicamente correto ao extremo'
Jarvis diz que nunca usaria a palavra "gordo" em sua prática médica, porque "traz associações a gozações de playgrounds", mas opina que banir o termo "acima do peso" é "levar o politicamente correto ao extremo da loucura".
"Entendo que é um equilíbrio delicado: de um lado, não queremos ser pejorativos ou maus; mas, ao mesmo tempo, o pêndulo não deve virar demais para o outro lado", afirma, citando que as sociedades modernas estão vendo a obesidade crescer e abranger uma parcela crescente de suas populações.
Nigel Mercer, presidente da Associação Britânica de Cirurgia Plástica Estética, concorda que, quando se trata de alguém seriamente acima do peso - ou seja, de uma questão médica -, "não tem como escapar da questão". Para ele, é preciso "usar a terminologia adequada para o uso adequado". Mas o dilema existe.
"Para uma sala de aula de aula infantil, é importante dizer que o sobrepeso leva à diabetes, mas é também uma questão psicológica. E crianças muitas vezes são cruéis", diz. Ao mesmo tempo, ele agrega, "sei que sou um cara grande, e não teria problemas em ouvir isso de um profissional da saúde. Mas seria diferente ouvir isso de alguém na rua".
O site Magazine da BBC já explorou o tema da discriminação relacionada à obesidade e ouviu da empresária Marsha Coupe, que pesava 139 kg, que ela acreditava que o "gordismo" estimulava ataques contra ela.
Para Susie Orbach, psicóloga e autora do livro Fat is a Feminist Issue (A gordura é um tema feminista, em tradução literal), o preconceito sofrido por pessoas como Coupe vem da ideia de que quem está acima do peso perdeu o autocontrole - algo que assusta a sociedade, já que há tanta pressão para se manter em forma.
Orbach também escreveu sobre o assunto no jornal Guardian, citando um novo estudo que ressalta a discriminação contra obesos no mercado de trabalho.
Ao mesmo tempo, Tara Parket-Pope, do New York Times, lembra que pesquisas sugerem que as pessoas nem sempre têm noção quando estão engordando, entrando em um estado de "negação" e muitas vezes subestimando os problemas que isso pode causar.+º



terça-feira, 12 de junho de 2012

Os danos do sol na nossa pele


Aqui está a prova viva dos danos do sol à saúde. 
A foto é de um homem não identificado, de 69 anos, que passou 28 anos como camionista e, portanto, sendo atingido por raios solares na parte esquerda da face através da janela enquanto conduzia. 
A diferença entre os dois lados do rosto dele é impressionante: na segunda metade, ele parece muito mais velho, o que mostra o efeito dramático e prematuro de envelhecimento que sol pode ter sobre a pele.
Cientistas da Universidade Northwestern, em Chicago, estudaram os prejuízos ao rosto do camionista. 
A condição - conhecida como dermatoheliosis unilateral ou fotoenvelhecimento - é causada por raios solares UVA e resulta em espessamento e enrugamento da pele.
Responsáveis ​​pelo efeito de bronzeamento causados pela coloração de pigmentos, os raios UVA são a forma mais comum de raios de luz, e aparecem também em câmaras de bronzeamento, que produzem doses 12 vezes mais forte do que a do sol. 
Ao contrário dos raios UVB, mais comummente associados ao cancro de pele e queimaduras solares, os raios UVA podem penetrar o vidro, como na janela do camionista, e estão presentes até mesmo em dias nublados.
Embora se acreditasse anteriormente que a luz UVA fosse relativamente mais segura em comparação à UVB - a exemplo de vários filtros solares que bloqueavam apenas os raios UVB -, a investigação recente do estudo universitário têm provado que o cancro de pele pode ser causado por ambos os tipos. 
Os cientistas Jennifer R.S. Gordon e Joaquin C. Brieva, da Universidade Northwestern, disseram que, devido aos danos extremos do camionista, ele precisaria de um acompanhamento regular para o câncer de pele.
A pesquisa destaca ainda o perigo das camas de bronzeamento e alerta os banhistas para o perigo da exposição solar sem proteção.

Fonte: Extra


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