quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Quando a terra chora sangue

Depois de terremoto do Chile, do Haiti, da explosão das plataformas petrolíferas do Golfo do México e de todos os outros acontecimentos desastrosos que vão acontecendo todos os dias no nosso mundo, o desastre ecológico que aconteceu no passado dia 4 de Outubro na Hungria, teve o condão de já não me surpreender.
Infelizmente, os desastres nefastos parecem ter entrado num ciclo de ocorrências de aparência "normal" e agora já não se pergunta o que mais se seguirá de mal e sim quando vai acontecer.

Se tem acompanhando as notícias sobre o desastre ambiental em Adjka, a 160 Km de Budapeste, Hungria onde um reservatório com 700.000 metros cúbicos de lama tóxica cedeu e uma onda de vários metros de altura invadiu várias cidades e vilas, com certeza já reparou que a lama tóxica tem um tom sanguíneo.
Aquele vermelho intenso e impressionante tem um motivo.

A lama é, basicamente, um resíduo obtido durante a produção de óxido de alumínio – ou seja ferrugem.
É isso que dá à lama a cor avermelhada. No entanto a composição química da lama vermelha varia com a qualidade dos processos pelos quais ela passou.
O processo para criar a alumina foi desenvolvido por Karl Bayer, em 1888 e, basicamente, consiste em refinar bauxita usando soda cáustica – isso em altas temperaturas.
O produto dessa reação é vermelho e é insolúvel em água: ele só é removido através de filtragem e decantanção.
Segundo a Unidade de Desastres Nacionais da Hungria, a lama é cáustica, levemente radioativa e pode queimar a pele mesmo através da roupa.
É muito tóxica se for ingerida e sua poeira pode causar câncer de pulmão.
Apesar de sua toxidade e de ser um subproduto, essa lama pode ter algumas utilidades – desde ser usado em produtos de cerâmica, em estradas e em tijolos. [Life's Little Mysteries]

Neste vídeo pode ver algumas imagens da destruição provocada.





As equipas de emergência têm feito quase o impossível para conter a lama de atingir os principais rios do país, dentre eles o tão famoso Danúbio.
Limpar toda a região afectada vai demorar mais de um ano e vai ser preciso remover pelo menos 2 centímetros do solo superficial para remover os resíduos tóxicos.
Muitos moradores consideram abandonar em definitivo toda aquela zona por saberem que, apesar dos esforços o perigo vai manter-se por lá por muitos anos.

Algumas fotos também do desastre:






























Imagens da Web

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