Muita gente é capaz de esvaziar um copo de vinho seco sem se deter um momento para o saborear.
Resultado: pouco ou nada fica a saber sobre as qualidades do vinho e, por isso, também o prazer que sente será diminuto.
A verdade é que o vinho pode transmitir uma gama infindável de sabores, mas estes só serão reconhecidos por quem lhes prestar atenção e lhes der tempo para se mostrarem.
Fala-se em sabores e logo se pensa na boca, que é onde estão as papilas gustativas, basicamente concentradas na língua.
Porém, as papilas gustativas apenas nos dão os sabores básicos e não voláteis: doce, salgado, ácido e amargo.
Há outros sabores que só reconhecemos como aromas através do aparelho olfactivo.
Vamos, desta vez, examinar o sabor com mais pormenor.
As papilas gustativas estão situadas na boca, basicamente na língua e, embora todas detectem os sabores primários, concentram-se em blocos especializados: as da ponta da língua são especialmente sensíveis aos doces; logo a seguir estão as do salgado: depois, de lado, ficam as do ácido; e na parte de trás, encontram-se as do amargo.
No centro da língua há uma zona praticamente neutra, segundo um mapa tradicional sem grande rigor científico, mas de grande utilidade para quem se inicia na prova.
O importante é saber que só o palato consegue detectar a doçura, o amargor, o frutado, a adstringência, a aspereza, a macieza, o peso ou corpo, a harmonia e o equilíbrio dos elementos de um vinho.
E que o conhecimento das zonas onde se situam as principais concentrações de papilas gustativas ajuda o cérebro a interpretar os diferentes sabores e facilita a apreensão dos diversos aspectos do vinho já referidos: doçura, acidez, amargor, equilíbrio. etc.
Os provadores identificam os sabores em três fases ou momentos: o "ataque", apenas para detectar se o vinho é agradável ou agressivo; o "palato médio", quando já todas as papilas tiveram contacto com o vinho para apreciar o conjunto; e o "final", depois de engolido o vinho, para saber se ficou algum sabor e por quanto tempo.
Os maus vinhos, na melhor hipótese, não deixam sabor, e na pior deixam um sabor desagradável; os bons vinhos deixam um sabor agradável e prolongado, que demora tanto mais a desaparecer quanto melhor é o vinho.
~~~~~~~~~~~~~~
0 comentários:
Enviar um comentário