Há dias assim...
Quando pensamos que nada vai quebrar a rotina, eis senão quando, uma pergunta normalíssima leva uma questão trivial ao mais profundo concerne da dúvida.
Muita gente sabe que participo em vários grupos temáticos sediados no Google e no Yahoo, sendo que na maioria, o grosso dos participantes são brasileiros.
Eu sou portuguesa e estou como peixe na água entre tanta gente que eu entendo e que me entendem também.
Ou será que não?!
Hoje acabei de descobrir que , falar a mesma língua não quer dizer que estejamos a falar da mesma coisa ou até que a coisa seja completamente desconhecida do outro lado do oceano.
É muita água não é ?
Pois o objecto em questão também mete muita água e também a descarrega.
Estou a falar do autoclismo !
Este mecanismo que nao levanta qualquer dúvida deste lado do oceano levantou uma questão a uma amiga brasileira que não fazia a menor ideia do que seria.
Para ajudá-la a entender eu fui procurar uma imagem no Google, afinal uma imagem vale mais do que mil palavras, não é verdade?
O que aconteceu a seguir é que me deu pano para me divertir com o assunto e optar antes pelas mil palavras.
É que, na busca da imagem surgiu a explicação do que era tal mecanismo e essa explicação merece ser lida.
Dou os parabéns ao autor António Ferra do blog do Funcionamento pela tremenda paciência e pormenor com que tratou esta explicação.
Se não sabe o que é um autoclismo, fique então a saber :
Um autoclismo é um aparelho que faz parte integrante de uma casa de banho.
Vale a pena observá-lo por dentro com muita atenção e muita curiosidade.
Trata-se de um aparelho que revela a inteligência da espécie humana, usando processos mecânico-hidráulicos.
Se lhe tirarmos a tampa, deparamos com uma caixa de água.
Se lhe tirarmos a tampa, deparamos com uma caixa de água.
É este o primeiro olhar.
Lá dentro está um tubo, por onde entra água após a descarga feita.
Depois, quando a água entra novamente para recarga, ela pára ao atingir certo nível, regulável, porque uma bóia de esferovite, empurrada pela impulsão da água que sobe no caixa do autoclismo, bloqueia o tubo por onde sai a água que circula na canalização geral.
Funciona como uma torneira.
A muito baixa densidade da esferovite é que permite uma oclusão rápida e eficaz.
Antes da existência da esferovite as bóias eram caixas redondas e ocas, feitas de cobre.
O braço de metal ou plástico ao qual se prende a bóia, o tal pedaço redondo ou paralelepipédico de esferovite ou plástico oco, pode ser regulável, como acima dizia.
Fixado mais para baixo, entra menos água, porque a ejecção de água termina mais cedo.
Se for fixado a um nível superior, ejecta água durante mais tempo, como é óbvio, aumentando assim o nível e o consumo.
Neste caso existe sempre um mecanismo de regulação manual.
Uma palavra ainda sobre o processo de descarga: é feita por um orifício existente no fundo da caixa de água, de perímetro (secção) bastante superior ao orifício da entrada de água.
Uma palavra ainda sobre o processo de descarga: é feita por um orifício existente no fundo da caixa de água, de perímetro (secção) bastante superior ao orifício da entrada de água.
Isso explica o tom mais grave e rápido da saída de água para limpeza da sanita, em contraste com o tom mais agudo e lento do reenchimento do autoclismo, mais lento do que a descarga, naturalmente, pelos motivos apontados.
Sobre esse orifício (de entrada e saída de água) existe uma junta de borracha, presa ao êmbolo que tapa e destapa o orifício de saída de água.
Quando essa junta se torna gasta pelo tempo e pelo uso, diz-se que o autoclismo fica a verter, a desperdiçar água, continuamente, para dentro da sanita.
Há pessoas que não observam estas pequenas coisas úteis a que estamos habituados e fazem parte do nosso quotidiano.
E têm todo o direito.
Mas às vezes é necessário interrogar o óbvio, a companhia diária dos objectos, feios por serem úteis, sem a utilidade dos versos.
O que acabo de escrever não tem directamente a ver com a racionalização do consumo de água, senão até valia a pena dar relevo àquela história de um hotel que resolveu colocar um tijolo dentro de cada autoclismo.
Como se tratava de um hotel de grandes dimensões, a poupança anual em água e respectivos custos foi notável, nem vale a pena fazer contas.
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E que tal, ficou elocidado/a?
Eu confesso que a partir de agora vou olhar para um autoclismo com outros olhos hehehehe.
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